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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Acontecimentos no ano de 1755(1ªParte)

No 1º de Novembro de 1755, num sábado entre as 9 e meia e as 10 da manhã,a terra começou a tremer em Lisboa a princípio brando mas depois aumentou de intensidade por forma a que começaram a abater os edifício. Terá durado cerca de 7 minutos o mais importante que aconteceu em Portugal.

O fenómeno era frequente tendo acontecido os últimos no reinado anterior, mas não havia qualquer típo de preparação contra esse fenómeno, que diga-se foi acompanhado de um maremoto, tendo o mar investido sobre a cidade de Lisboa.
Para que o pânico e a destruição fosse ainda maior, também um enorme incêndio se ateou em vários pontos da cidade.

Lisboa era um cidade de cerca de 200 000 habitantes, uma das oito maiores cidades de Mundo, mais populosa que Madrid ou Roma. É preciso não esquecer que na altura era Lisboa a capital de um Império que se estendia por 4 continentes.

Tendo grosso modo se estimado que terão perecido entre 5 e 10% da população da cidade.

Também fora de Lisboa o sismo fez as suas vítimas e causou enormes prejuízos em povoações próximas de Lisboa como Cascais e Setúbal, mas muito intensamente em muitos locais do Alentejo e em especial no Algarve.

Em Lisboa mais de 2 terços dos edifícios ficaram inabitáveis. Todos os grandes hospitais, ficaram destruídos, bem como a maioria das igrejas e os edifícios públicos como o Paço Real da Ribeira, a Igreja Patriarcal e a Ópera do Tejo que havia sido inaugurado neste mesmo ano pelo anos da Rainha D. Mariana Vitória em 31 de Março.

Os bens e mercadorias que também ficaram destruídos, foi estimado recentemente por um historiador em cerca de 75% do PIB da altura, geraram como se deve calcular enorme crescimento da violência, devido ao caos motivado pela escassez de alimentos e de habitação.

Por outro lado porém, com o distanciamento que a análise fria da situação pode gerar, que o terramoto conduziu a uma verdadeira mudança em direcção à modernidade, como se verá em próximos acontecimentos.

Deve saborear-se o notável post publicado no blogue Tapornumporco clicando aqui

  • Março,31-Inauguração da Casa da Ópera (Ópera do Tejo) com a ópera Alessandro nell Indie.
Aproximadamente no local onde hoje fica o Arsenal da Marinha em LIsboa, foi inaugurado, foi construído esse teatro, sob o risco arquitectónico de Giovanni Carlo Bibiena, filho de outro famoso arquitecto, Francisco Bibiena. A construção terá sido dirigida por João Frederico Ludovice, que já trabalhara no Convento de Mafra.

Segundo diziam alguns na altura que não havia na Europa , teatro de semelhante gosto e riqueza, Com capacidade para cerca de 600 pessoas, cuja dimensão permitia que as assistências ultrapassem os círculos mais limitados da coroa, não se restringindo apenas aos nobres mais próximos do Rei.

As estreia aconteceu com a ópera Alessandro nell Indie de David Perez, segundo libretto de Pietro Metastasio, tendo sido contratados os melhores interpretes para uma espectacular encenação.

Infelizmente aquilo que teria sido um edifício espectacular ficaria integralmente destruído em Novembro desse mesmo ano.
  • Junho,06-Estabelecimento da Companhia geral do Grão-Pará e Maranhão
Esta companhia foi fundada em 1755, com o poder de monopólio estabelecido num prazo de vinte anos , com uma estrutura idêntica a outras companhias anteriormente formadas, com corpo de accionistas e funcionários administrativos.
Caracterizadas por forte componente estatal e monopolista, como o comércio de escravos e o transporte marítimo.

A ideia a criação desta companhia partiu de Francisco Xavier de Mendonça Furtado, irmão de Carvalho e Melo o futuro marquês de Pombal e governador que já em 1754 o alertava para o predomínio também económico dos jesuítas, escrevendo: “como os Jesuítas se viram senhores absolutos desta gente, os indígenas e de suas povoações, como se foram fazendo senhores das maiores e melhores fazendas deste Estado, vieram a absorver naturalmente todo o comércio, assim dos sertões, como particular desta cidade”*.

Mais adiante continuava: “como neste Estado não é rico o que tem muitas terras, senão aquele que tem maior quantidade de índios”, sendo pois os religiosos “senhores dos índios e por consequência senhores de tudo”, os colonos sentiam-se “pobres, miseráveis e perseguidos pelas ordens religiosas”.

É este o panorama que influência a criação da Companhia Geral e por certo a inflexão que irá motivar a atitude de Sebastião de Carvalho e Melo para com aquela Ordem religiosa, que sempre até aí o tinha apoiado, por influência da entretanto falecida Rainha-mãe e do seu confessor o jesuíta José Ritter.

Entretanto os índios eram declarados livres e o governo das missões dirigidas por jesuítas, iria desaparecer, passando a ser administradas pela coroa.

Já em Abril tinha sido publicado outro alvará, que declara isentos de qualquer infâmia quantos casassem com índias da América.


1 comentário:

Anónimo disse...

Gostei muito da documento
Embora nao fosse isto que eu procurava
procurava saber as medidas tomadas depois do dia 1 de novembro de 1755
(ex:a construçao de casas proprias para sismos...)
agradecia que me contactassem caso tenham inforaçoes:sofiapintocastro@gmail.com

obrigada


Sofia