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terça-feira, 14 de abril de 2009

Acontecimentos no ano de 1773

  • Janeiro,15-Criação da Companhia Geral das Reais Pescas do Reino do Algarve.
Para fazer face a uma crise que se instalou, nas pescas, nomeadamente na região do Algarve, desde sempre conhecida como local de grandes baleeiros, o Marquês de Pombal, tentou desenvolver um plano de fomento das pescas, fundando esta Companhia, à qual foi concedido o exclusivo da pesca do atum e da corvina por um período de doze anos.

Foram tomadas algumas medidas importantes como a redução de todos os direitos do pescado a 20%, e a entrega, à Companhia, de todo o espólio das armações pertencentes à Fazenda Real o que, em si, representava significativo uma entrada grande de capital, mas em complemento, o preço do sal das marinhas de Castro Marim e Tavira descia para 900 réis o moio.

A Companhia, com sede em Lisboa, era composta por quatro membros (um dos quais residia no Algarve), eleitos pelos accionistas que detivessem, no mínimo, cinco acções. Possuía ainda três administradores, um em Lagos, um em Faro e outro em Tavira.

  • Maio,25-São mandados queimar os registos dos «Cristãos-Novos», terminando-se com a necessidade de atestados de «Limpeza de Sangue» para ocupação de cargos régios.
Com esta lei termina a diferença entre cristão-novos e velhos, tornando inválidos todos os anteriores decretos e leis que discriminavam os cristão-novos.

Passou a ser proibido usar a palavra cristão-novo, quer por escrito, quer oralmente. As penas para que usasse a expressão eram pesadas. Algumas fontes referem que Sebastião José de Carvalho e Melo tomou estas medidas a favor dos cristãos-novos ,devido ao facto de estes, sendo na sua grande maioria comerciantes, darem um grande contributo económico a Portugal

  • Março,29-O castelo de Coimbra começa a ser demolido.

Tudo mudou com a chegada da Reforma Pombalina a Coimbra, na década de 1770. Apesar de, para além de outros aspectos, esta ter sido fundamental na modernização dos espaços destinados ao ensino, construindo novos edifícios e beneficiando outros, não o acabou por ser para o seu castelo.

Quando se projectou a construção de um moderno e bem equipado observatório astronómico, segundo os moldes mais inovadores de então, foi precisamente escolhida a área ocupada pelo castelo medieval.

Adicionalmente, devido ao facto de este espaço estar rodeado por vários edifícios, convinha que fosse alto e tivesse vários pisos. Projectado, juntamente com outros, no ano de 1772, as suas obras iniciaram-se em 1773. No entanto, acabou por se revelar um completo fracasso.

Para começar, todo o custo da obra revelou-se, de facto, astronómico. Apesar dos sinais de ruína, a demolição do castelo, nomeadamente das suas robustas torres, estava-se a revelar muito demorada e difícil, para além de francamente dispendiosa.

Uma das medidas para tentar contornar este ónus, foi não demolir a parte de baixo da Torre de Menagem, de forma quadrangular, integrando-a no interior da obra. Por outro lado, descobriu-se, muito tardiamente que, afinal, a sua localização não seria a mais indicada.

O futuro Observatório Astronómico tornar-se-ia, muito provavelmente, num “elefante branco”. Desta forma, as obras foram suspensas em 1775, quando só estavam erguidas as paredes do andar térreo. Na sequência disto, optou-se por uma solução menos dispendiosa e de conclusão mais célere, que ficou localizada ao fundo do Pátio da Universidade, entre o Colégio de S. Pedro e a Biblioteca Joanina. Aí ficou o novo Observatório Astronómico, até ser demolido em 1951.

Nota retirada integralmente deste magnífico texto.

sábado, 4 de abril de 2009

A extinção da Companhia de Jesus

Desde a expulsão da Companhia de Jesus de Portugal e dos seus territórios em 1759, que a evolução dos acontecimentos posteriores, viriam a apontar para um mesmo caminha, o banimento dos jesuítas, matéria que Portugal dentro em breve seria apenas pioneiro.

Em França na corte de Luís XV, quer grande parte dos magistrados do parlamento, quer o secretário de Estado, o duque de Choiseul eram hostis à Companhia de Jesus, também indiciados num atentado contra o rei em 1757.

Contudo a gota de água foi um processo complicado de dívidas a uma empresa marselhesa, que levou à insolvência, dos negócio jesuítas nas Antilhas. Acabando a Companhia por ser suprimida por Luís XV em Novembro de 1764, muito embora este tenha tentado protelar o mais possível a sua decisão, atendendo a que o rei tinha um confessor jesuíta, que bastante o influenciava em sentido contrário.


Em Espanha, foi um motim popular, iniciado em Madrid a 23 de Março de 1766, motivada por uma carestia de géneros de primeira necessidade, chegando o motim ao ponto de terem cercado o palácio real.

Para além das razões desse motim, o certo é que estes acontecimentos traumatizaram imenso o rei Carlos III, acabando por serem abrangidos na inculpação os jesuítas, cujo principal artífice dessa acusação, foi Pedro Campomanes, uma personagens das mais influentes de Espanha, com reflexo nos variados cargos que ocupou.

Em Abril de 1767, Carlos III acaba por assinar a ordem de expulsão da Companhia de Jesus.


Curiosamente a maioria dos bispos espanhóis, declarou-se a favor da medida, tal como boa parte da opinião pública internacional, com excepção da Áustria e dos países da Europa Central

Muito embora, os processo de expulsão dos jesuítas já tivessem acontecido em grande parte dos países europeus, nomeadamente Portugal,França, Espanha, Parma e em Nápoles o certo é que só depois da morte do papa Clemente XIII a 2 de Fevereiro 1769, que fora sempre intransigente na defesa daquela Companhia, foi possível abrirem-se portas para outras decisões.

O novo papa Clemente XIV um franciscano, foi favorável à extinção daquela Companhia a 23 de Julho de 1773, através da breve papal Dominus ac Redemptor, estava consumado o triunfo completo do marquês de Pombal