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terça-feira, 27 de novembro de 2007

Acontecimentos no ano de 1750

  • Julho,31-Inicio de reinado de D.José I que durou 27 anos.
  • Agosto,03-Nomeação de Diogo Corte Real (filho) e Sebastião José Carvalho e Melo para as secretarias da Marinha e Negócios Estrangeiros.
Em 31 de Julho de 1750 morreu o monarca, e subindo ao trono seu filho D. José, a rainha viúva, que se tornara muito amiga da mulher de Sebastião de Carvalho, que fora nomeada sua dama de honor, instou com o novo soberano para que nomeasse o antigo embaixador secretario de Estado dos negócios da guerra e estrangeiros. Assim se fez logo no dia 3 de Agosto, sendo ao mesmo tempo nomeado secretario de Estado da marinha o ultramar Diogo de Mendonça Corte-real, filho do antigo e célebre ministro de D. João V. Com Pedro da Mota, secretário de estado, que o rei D. José encontrou em exercício, ficou o ministério completo.
(retirado de O portal da História)

Fontes conhecidas na altura indicavam em Maio desse ano que Carvalho e Melo não seria secretário, mesmo atendendo ao trabalho que havia desenvolvido em Londres, como "embaixador" e as boas recomendações de D.Luís da Cunha.

A morte de Azevedo Coutinho, secretário dos Negócios Estrangeiros, em 6 de Maio, vem tornar premente a substituição por "alguém".

Recaiu a escolha em Carvalho e Melo, pela influência da sua segunda mulher, junto da Rainha-mãe ambas austríacas de nascimento e curiosamente como se verá, por influência dos jesuítas.
  • Agosto,10-Grande incêndio do Hospital de Todos os Santos
Havia apenas bem poucos dias que estava no poder, quando rebentou o terrível incêndio do Hospital de Todos os Santos, a 10 de Agosto do 1750, que serviu logo para manifestar a energia e desembaraço de Sebastião de Carvalho

Hospital Real de Todos os Santos, ocupava toda a actual área da praça D. João I (Praça da Figueira), tendo por limites o Convento de S. Domingos a norte, a rua da Betesga a sul, rua do Borratem a nascente e a praça do Rossio a poente. O incêndio destruiu-lhe 11 enfermarias e quase todas as áreas adjacentes.

  • Setembro,07-Aclamação de D.José como rei de Portugal.
Como era norma, o acto de aclamação decorreu no Terreiro do Paço construindo-se uma enorme varanda no Paço da Ribeira, onde se colocaram os lugares para cada uma das Eminências convidadas e no centro um dossel com a cadeira régia.

Após grande cortejo que o Rei encabeçava seguido dos moços de câmara e restante pessoal de sua proximidade, depois os Grandes e títulos, com os oficiais da Casa real ao meio.

Os secretários de Estado, Corte-Real e Carvalho e Melo, o duque de Lafões, regedor de Justiça, atrás o infante D.Pedro, em funções de Condestável do Reino. Enfim um cortejo que exprimia hierarquias entre os nobres, o clero, os inquisidores numa palavra o poder nas sua totalidade.

Após o que se seguiu o juramento real, com as palavras habituais e as promessas de governar bem, que se esperava essencialmente consistisse em ministrar a justiça, fazendo respeitar os privilégios de cada um, ou seja manter as coisas nos seu lugar.

Depois competia ao povo aclamar, de preferência dando mostras de grande alvoroço e alegria, como gostavam de referir os cronistas nesse tempo.

Destacou-se desse acto a ausência da nobreza da província, quase exclusivamente se apresentavam neste acontecimento apenas a residente em Lisboa, sendo certo que o acto era deliberado já com antecedentes doutros acontecimentos no tempo de seu Pai.

Em seguida a relevância dada ao secretário de Estado Corte-Real e não de Carvalho e Melo, também na altura já secretário de Estado, mas pelos visto ainda de menor qualidade.

As mercês e distinções foram profusamente distribuídas pelo referidos Grandes e para Damas da corte ao serviço da Rainha, foram igualmente nomeadas muitas senhoras.

O novo reinado principiou, assim, sob o signo da liberalidade régia. Terminaria de forma bem diversa como depois se verá.