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sábado, 1 de janeiro de 2011

A doença do rei e o afastamento de Pombal

D.José teve a primeira apoplexia a 12 de Novembro de 1776 e imediatamente pediu que lhe ministrassem os sacramentos, mas Pombal mão acreditou na gravidade da doença do soberano e tentou afastar médicos e padres. Porém as suas previsões não se confirmaram e a 27 de Novembro a rainha assumiu a regência visto que D.José já só comunicava escrevendo, pois não falava.

Não se sabe se por sua iniciativa mas o facto é que foi vedado a Pombal o acesso à sua câmara.

Durante a regência de D.Mariana Vitória aconteceram as libertações de inimigos de Pombal, como D.Miguel da Anunciação bispo de Coimbra, encarcerado há oito anos em Pedrouços e Seabra da Silva mandado regressar do exílio em Angola.

Como se verá contudo, nem de todas as suas funções foi Pombal afastado.

Acontecimentos no ano de 1777

  • O incêndio da Trafaria
O marquês de Pombal, entendendo que estava empenhada a dignidade da coroa portuguesa, não hesitou em se preparar para a guerra, pois a Espanha rompera as hostilidades contra Portugal por causa dos limites da América e a França preparava-se para a auxiliar, por força do pacto de família Bourbon Não cuidava decerto que poderia afrontar essa aliança com os nossos limitados recursos, mas entendia também que, logo que o dever falava

Seria esmagado, mas a sua defesa contra agressões injustas era já um protesto contra a violência. Quando se preparava para esta luta, cometeu o marquês de Pombal um acto de atrocidade, que não é dos que menos mancham a sua memória. Tinham-se refugiado na Trafaria alguns refractários, como se diria hoje. Sendo difícil apanhá-los naquela aldeia pobríssima, o marquês de Pombal ordenou que se lançasse fogo a essa povoação de pescadores. Essa ordem foi executada barbaramente em seu nome no dia 23 de Janeiro de 1777
  • A morte do Rei
As primeiras horas da madrugada do dia 24 de Fevereiro morria D.José I e a memória da sua impiedade perante o povo estava bem viva pois ainda não tinham secado as lágrimas, do que viram morrer pessoas na Trafaria.

Pelo menos o crime foi cometido em seu nome, mesmo que não tivesse sido sua a ordem. Naquele dia provavelmente caso único em Portugal, o povo saiu à rua para festejar a sua morte o fim dum ciclo doloroso e cruel.

Do Palácio da Ajuda veio a notícia assinada pelo ministro Aires de Sá e Melo, em nome da rainha regente. Luto decretado de oito dias sem sair dos aposentos para a viúva, mais 1 ano, seis meses rigoroso e 6 aliviado. As cerimónias fúnebres realizaram-se a 27 de Fevereiro, durante a noite, levando o corte fúnebre horas a percorrer a distância entre o Palácio da Ajuda e a Igreja de São Vicente de Fora