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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Sebastião José-Ministro do reino

Apenas 2 semanas depois do cataclismo faleceu finalmente o Secretário de Estado do Reino, Pedro Mota e Silva já entrevado e velho, para o substituir foi nomeado em 4 de Maio, Sebastião José, muito embora já o fizesse desde a data da morte do anterior Secretário de Estado.

Foram 5 meses da máxima importância para o futuro de Sebastião José, obrigado também a trabalhar sobre grande pressão e urgência como naturalmente foram aqueles tempos após esse cataclismo de 1755.

O rei D.José admirou bastante todo esse trabalho e naturalmente que a promoção ao cargo mais poderoso do reino não se fez esperar, mas as invejas e as intrigas, contra Sebastião José fazia as primeiras surtidas.

Os contornos dessa conspiração contra o ministro do Reino, não são muito claras, mas traduziram-se no afastamento de Diogo de Mendonça Corte-Real, Secretário de Estado , que seria degredado para Mazagrão em 30 de Agosto de 1756.

Mais um homem influente do Reino, afastado da esfera do poder, com ou sem razão, injusta ou injustamente o facto é que esse afastamento apontava a preponderância de Sebastião José como "homem único de poder".

Outros implicados foram Martinho Velho Oldenberg e Francisco Xavier de Mendonça, um advogado já com querelas judiciais anteriores contra o Ministro, bem como mais alguns eclesiásticos, por acaso jesuítas.

Presos em 24 de Junho, condenados os civis à deportação para Angola e os jesuítas a Junqueira.

  • Maio,24-Bento XIV a pedido de D.José publica o breve consagrando o jesuíta São Francisco de Borja protector da monarquia portuguesa.
Nos primeiros dias após o terramoto D.José solicitara ao Papa esta medida que se destinava a proteger a monarquia portuguesa contra terramotos.

Todo um conjunto de missas que deveriam ser rezadas em todos os distritos, devendo todas ser rezadas nas igrejas da Companhia de Jesus e apenas onde as não houver, nas Catedrais ou nas igrejas principais.

  • Substituição do representante português em Roma, António Freire Encerrabodes por Francisco de Almada e Mendonça.

Esta substituição ocorre na sequência da conspiração contra Sebastião José, pelo envolvimento de Encerrabodes, bem como o José Galvão de Lacerda, representante em Paris

  • Novembro,1-Prisão de Gabriel Malagrida em Setúbal
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Já atrás referido o carácter do jesuíta Gabriel Malagrida, verdadeiramente místico, associando o flagelo do cataclismo de 1755 a castigo divíno pois segundo ele " Deus revelou que estava gravemente irado pelos pecados de todo o Reino e muito mais de Lisboa", chegando nos seus escritos a desafiar a própria família real, pelo que causava no afrontamento a Deus, as imoralidade e a devassa, dos espectáculos de ópera, as comédias mais obscenas, segundo ele, e os touradas.

Espectáculos que a própria família real patrocinava como foi o caso por exemplo da Ópera do Tejo já referida.

Essa afronta levou à prisão e ao desterro para Setúbal do jesuíta Malagrida.

Outras medidas foram tomadas como o Edital de proibição de leitura de livros ímpios sobre o Terramoto, em Outubro, ou a proibição da saída de pessoas de Lisboa, cujo pânico pela repetição sísmica um ano depois, era estimulado pela divulgação daquele tipo de profecias

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