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segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Início da Guerra Guaranítica(1753)

Os acontecimentos que tiveram o seu início neste ano e a que foi dado este nome, está intimamente relacionado com aplicação do Tratado de Madrid, assinado em 1750, mas que só em Setembro de 1752 os responsáveis de ambos os países ibéricos se reuniram para passar à aplicação prática do referido Tratado.

Por Portugal o responsável a Sul do Brasil era Gomes Freire de Andrade e por Espanha o marquês de Valdelírios. Se o acordo havia sido possível entre ambos os Países, em parte atendendo ao facto do casamento do rei de Espanha Fernando VI com D.Maria Bárbara de Bragança irmã de D.José ter aproximado as coroas, mas também pelo objectivos do ministro de Estado espanhol D.José de Carvajal y Lancaster, que defendia a aproximação pacífica a Portugal, no sentido de propiciar com o tempo a união dos dois reinos.

As dificuldades encontradas no terreno, deviam-se ao facto da concessão por Portugal a Espanha da colónia de Sacramento implicar receber em troca o território da chamada região dos Sete Povos dos Índios do Uruguai dirigidos pelos jesuítas espanhóis e que Portugal pretendia ver povoados por populações idas das ilhas atlânticas.

Porém para que tal pudesse vir acontecer era necessário realizar uma "pequena tarefa", desalojar os índios que lá viviam. o que também colidia com os interesses das missões jesuítas que as controlavam.

Logo em Fevereiro deste ano um pequeno destacamento de tropas portuguesas e espanholas, seria atacado por índios, o mesmo acontecendo a outras tentativas que decorreram neste ano na região Guarani e que se iria arrastar por mais alguns anos.

Também a norte do Brasil impunha aplicar o Tratado de Madrid, para o que tinha sido nomeado no ano anterior Francisco Xavier de Mendonça Furtado, como governador e capitão-general do Pará e Maranhão, curiosamente irmão de Sebastião José de Carvalho e Melo, ainda secretario de Estado, já suficientemente influente para nomear seu irmão para este cargo, mas ainda não "absolutamente" poderoso, para determinar a política portuguesa.


  • Janeiro,09-Nasce em Setúbal Luísa Rosa de Aguiar Todi, cantora lírica
Luísa Todi nasceu em Setúbal, na freguesia de Nossa Senhora da Anunciada, a 9 de Janeiro de 1753, na actual rua da Brasileira, não criando grandes raízes na cidade, pois, os pais mudaram-se para Lisboa ainda ela era de tenra idade.

Luísa Rosa de Aguiar, nome de solteira, estreou-se, ainda como actriz, em 1767 ou 1768, no teatro montado na propriedade do Conde de Soure, em Lisboa, recitando com a irmã, as falas das personagens de Tartufo, de Molière.

Foi, também, aí que Luísa Aguiar conheceu Francesco Saverio Todi, violinista de origem italiana.

Em 28 de Julho de 1769, com apenas 16 anos de idade, Luísa casou com Todi, na Igreja de Nª Sª das Mercês, indo habitar no Pátio do Conde de Soure, perto do Teatro.

Um ano após o casamento, actuou no mesmo teatro, onde se estreou como actriz, mas, desta vez, como cantora, na ópera “Il Viaggiatore Ridicolo”, de Guiseppe Scolari. A partir desse momento, a carreira de Luísa Todi tomou outro rumo, apresentando-se logo no ano seguinte em Londres.

A 6 de Junho de 1772 actuou no Porto, cantando árias do compositor David Perez, mestre da Capela Real, passando a ser, figura de relevo na sociedade nortenha.
As críticas dos jornais, mesmo os estrangeiros, em relação à cantora não eram modestas, elogiando as capacidades vocais, o relevo que dava à expressividade e à emoção na caracterização das personagens que interpretava.

Londres, Paris, Berlim, Turim, Varsóvia, Veneza, Viena, São Petersburgo foram algumas das cidades em que Luísa Todi passou largas temporadas, alcançando consideráveis êxitos. Nessas ocasiões, conviveu de perto com a aristocracia europeia, como foi o caso de Frederico II da Prússia e Catarina II, imperatriz da Rússia.

“La Didone Abbandonata” talvez tenha sido, de entre todas as que cantou, a ópera onde alcançou maior êxito.

Até 1793 andou em tournée pela Europa e foi já com 40 anos de idade que voltou a Portugal para cantar nas festas da filha primogénita do príncipe regente, futuro D. João VI.

Este espectáculo foi uma excepção em Portugal, visto que D. Maria proibira as mulheres de actuarem em público. Apesar da autorização, a família real não esteve presente, nem a actuação de Luisa Todi foi devidamente referenciada.

Talvez por isso, pelas limitações impostas em Portugal, regressou ao estrangeiro, voltando a Portugal, mais concretamente ao Porto, em 1803, já viúva.

Com as invasões francesas, em 1809, Luísa Todi viu-se forçada a abandonar o Porto, perdendo, na fuga, grande parte dos bens, entre os quais se contavam jóias.

Em 1811, quando regressou a Lisboa, já era uma mulher amargurada, em parte pela morte de alguns dos seis filhos e por uma das filhas ter sido internada no Recolhimento de Rilhafoldes, destinado a doentes mentais.

Em 1813, Luísa Todi viveu na rua do Tesouro Velho, hoje, rua António Maria Cardoso, e mais tarde mudou-se sucessivamente para as ruas da Barroca e da Atalaia, Largo de S. Nicolau e Travessa da Estrela, onde morreu, em 1 de Outubro de 1833, com 80 anos de idade, cega devido a uma doença que tinha desde nova.

Fontes:
- “Cantores de Ópera Portugueses, 1º volume”, Mário Moreau
- “Setúbal e as suas celebridades”, Fran Paxeco
- “Setúbal no Século XVIII. As informações paroquiais de 1758”, Rogério Peres Claro

(retirado daqui)

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