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segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

A paixão pela Ópera

  • Chega a Lisboa o arquitecto teatral Giovanni Bibiena,entre outros artistas, começando a construir-se um teatro provisório no Paço da Ribeira (Teatro do Forte).
A verdadeira paixão pela ópera que o casal régio tinha, havia sido reprimida pela longa doença de D.João V, adivinhando-se que passado o tempo de luto, se desenvolveria mais intensamente.

Toda a atenção dos primeiros tempo deste reinado iria centrar-se na construção da Casa da Ópera, começando contudo por um pequeno
teatro provisório do Paço da Ribeira.

D. José manteve contacto com importantes compositores italianos da época,como os napolitanos David Perez, contratado para as funções equivalentes às de director musical, como mestre da Capela Real de Música.

Perez, assim como Jommelli, compositor napolitano que também serviu a corte de Lisboa, era um dos compositores mais importantes ligados à aristocracia europeia na segunda metade do século XVIII.

Contrataram-se grandes cantores como o castrado Gizziello(** ver nota no final sobre os cantores castrati), ou do tenor Anton Raaf e do do arquitecto membro da famosa família dos famosos Bibena, Giovanni Carlo, acompanhado do pintor de cenários Azzolini e o especialista em engenharia teatral Petronio Mazzoni.

Em Junho de 1752 já se havia cantado uma serenata do paço em dia de aniversário do Rei, e ainda nesse ano se inauguraria o referido teatro provisório no Paço da Ribeira. representando-se a primeira das muitas óperas que terão lugar no anos seguintes, em vários lugares por onde o casal real permanecia. designadamente em Salvaterra de Magos e na Ajuda.

A Casa da ópera será inaugurada 3 anos mais tarde, conhecida como a Ópera do Tejo e que se localizava mais ou menos onde ficará mais tarde o Arsenal do Alfeite.

**Uma nota sobre os cantores Castrados.

Estes cantores eram castrados na fase pré-puberdade o que possibilitava alcançarem timbres de voz bem altos.

Estes cantores foram bastante populares na Itália durante os séculos XVII e XIX. A castração era feita em crianças, na maioria pobres, com a idade mínima de oito anos para que a voz aguda fosse preservada. Esta cirurgia possibilitava que as cordas vocais não crescessem sem impedir o crescimento do resto do corpo.

Proporcionava uma voz doce com uma grande capacidade pulmonar. Há época, eram castrados quatro mil garotos por ano que recebiam um treinamento castrati, mas os que chegaram ao estrelato foram poucos, a maioria cantava, além das óperas, em igrejas, como solistas.

Os que se tornavam famosos eram extremamente excêntricos e arrogantes.

Tinham um público cativo e por isso cobravam valores altíssimos. A prática de castração foi extinta da Itália em 1870. Na época, a castração era repudiada por um sector da sociedade. A Igreja Católica condenava a castração ameaçando os fiéis sob pena de excomunhão, mas ao mesmo tempo utilizou os cantores castrati em coros na Capela Sistina, no Vaticano até o ano de 1903.




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