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sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Acontecimentos no ano de 1769(I)

*-A inauguração da Real Fábrica de Vidros na Marinha Grande

Na Marinha Grande já existia desde 1748 uma fábrica de vidro, fundada pelo irlandês John Beare que tinha transferido a sua fábrica em Coina, para a Marinha Grande, de forma a ficar próximo do pinhal de Leiria, para o aproveitamento das madeiras. Porém, por razões de má administração a fábrica acabaria por fechar 6 anos mais tarde.

Entretanto perto de Lisboa, em Alcântara, um inglês chamado Guilherme Stephens, possuidor de grande iniciativa, explorava, alguns fornos de cal, utilizando carvão de pedra, que mandava vir de Inglaterra, livre de direitos.

Ccom a ajuda de Carvalho e Melo, que ao conceder-lhe um empréstimo no valor de 32.000 000 réis sem juros,e a utilização gratuita da lenha do Pinhal do Rei, durante 15 anos, privilégio que se tornou depois permanente, segundo alvará de 7-VII-1769, foi uma preciosa ajuda, para o êxito que essa fábrica viria a ter.

Funda a Real Fábrica de Vidros, nas instalações da que havia sido edificadas por Beare

Os primeiros estudos para a fundação da fábrica por Guilherme Stephens foram em Vieira de Leiria, no entanto, a população vieirense opôs-se e o inglês resolveu fundá-la na Marinha Grande, no lugar da anterior fábrica. O início da laboração deu-se em 16 de Outubro de 1769, produzindo vidraça e, dois anos mais tarde, cristal.

Guilherme Stephens foi um verdadeiro "pai" dos seus trabalhadores, preocupando-se, sobretudo, com a sua educação. Recrutou mestres para lhes ensinarem as primeiras letras e para lhes darem aulas de desenho e de música.

Construiu-lhes também o teatro Stephens, onde estes representaram uma peça de Voltaire em francês!!! Tudo com o objectivo de lhes incutir um "modelo de bons costumes, de disciplina e de solidariedade"

Stephens mandou vir de Inglaterra mestres especializados na indústria do vidro, contratou cinco especialistas genoveses transformando a pequena fábrica de John Beare numa das primeiras fábricas de vidro da Europa do seu tempo.

*-A lei da Boa Razão

É o mais importante documento legislativo da era pombalina, é o texto legal que caracteriza as ideias do Marquês de Pombal, em relação à posição do Estado em face da aplicação do Direito.

Derrogando grande parte do velho direito português. Deixa de ter fundamento o direito consuetudinário, (Manda que a observação dos costumes, definindo como condição de validade, tenham mais de cem anos) acaba com a relevância do direito canónico e do direito romano nos tribunais civis, confirmando o Rei (leia-se Pombal) como fonte interpretativa mais graduada

A Lei cuida do processo judicial e previa penas a advogados que se valessem de interpretações maldosas e enganosas, nos processos judiciais, entre outras coisas.

*-Elevação a Marquês de Pombal de Sebastião José de Carvalho e Melo conde de Oeiras

Descendente de uma família nobre, era filho de Manuel de Carvalho e Ataíde e de D. Teresa Luísa de Mendonça. Seu pai, que fora capitão-tenente de Mar e Guerra, serviu no exercito e foi sargento - mor de regimento de cavalaria da corte.

Porquê então o título de Marquês de Pomba ? Muito embora tenha nascido em Lisboa a 13 de Maio de de 1699. Tudo leva a crer que por volta de 1724, tenha abandonado a casa paterna, na Rua Formos, para ir para a região de Soure e possivelmente, para a Quinta da Gramela, localizada junto a Pombal, uma vez que a Quinta pertencia ao seu tio paterno, arcipreste Paulo de Carvalho e Ataíde, de quem a acaba por herdar e onde tinha fundado, em Janeiro deste ano, uma fábrica de chapéus finos, que funcionava também como escola profissional.

Agustina Bessa-Luís na biografia que lhe dedicou, assegura que o Marquês de Pombal era natural de Soure e que teria nascido no Casconho.

De qualquer forma explica-se a razão de ser do título, pela sua ligação a essas terras de Pombal e Soure

A sua nomeação, como 1º Marquês de Pombal, aconteceu em 18 de Setembro de 1769.




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