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sábado, 19 de abril de 2008

Acontecimentos no ano de 1759(II)


  • A expulsão da Companhia de Jesus

A actividade da Companhia de Jesus foi interrompida por decisão de Pombal, em 3 de Setembro, ao ser decretada a expulsão dos jesuítas de todos os territórios portugueses.

Já anteriormente em Janeiro deste mesmo ano, tinha acontecido uma ordem para sequestrar todos os bens móveis e de raíz, rendas e pensões, dos padres da Companhia de Jesus.

Também em 28 de Junho foi decretado por alvará a alteração do ensino público, tendo sido extintas as escolas reguladas pela Companhia de Jesus.

As causas desta decisão parecem encontrar-se, sobretudo, em motivos de natureza ideológica e política.

A Companhia de Jesus era um obstáculo ao projecto político que se pretendia implementar: um sistema que Carvalho e Melo considerava mais moderno, centralizado no Estado, mais fácil de controlar. Era o sistema absolutista e realista, iluminado, que Pombal queria impor sem escrúpulos quanto aos meios a usar e indiferente face à resistência das forças sociais do País.

Dominando o sistema de ensino, em Portugal e no Ultramar, vinculados por uma ligação especial a Roma e possuidores de um grande influxo cultural, os jesuítas formavam um corpo facilmente visto como ameaça para um sistema absolutista que ambicionava controlar todos os aspectos da vida social, incluindo uma Igreja mais submetida ao Estado.

Se a esta moldura ideológica, juntarmos a apetência pelo património considerável na posse dos jesuítas, teremos reunidas as condições para o desencadear da perseguição. A campanha anti-jesuítica montada por Pombal levou à formulação de uma série de acusações publicitadas em toda a Europa

Entre essas acusações, encontravam-se:
  1. a resistência dos jesuítas à aplicação do Tratado de Madrid, celebrado entre Portugal e a Espanha para a delimitação de fronteiras na América do Sul;
  2. a oposição, no Brasil setentrional, às leis que regulavam a administração das aldeias de índios;
  3. o exercício de actividades comerciais proibidas a religiosos;
  4. a decadência dos jesuítas portugueses,
  5. a difamação do rei no estrangeiro;
  6. a participação pelo menos moral no atentado contra D. José e na revolta popular do Porto ocorrida em 1757.
  • Apesar deste acervo de acusações, o único jesuíta a ser objecto de julgamento formal foi o P. Gabriel Malagrida, italiano, acusado de heresia e condenado à morte, em 1761.
Os meios usados para a expulsão foram implacáveis. No total, cerca de 1100 jesuítas foram desembarcados nos Estados Pontifícios; morreram nas prisões cerca de 70 e uns 40 durante as viagens.

A luta de Pombal contra a Companhia de Jesus não se limitou aos domínios da Coroa portuguesa.

Prolongou-se, em conjunto com as cortes bourbónicas, até alcançar o fim pretendido: a extinção da Companhia de Jesus, em 21 de Julho de 1773, por breve do papa Clemente XIV.

Créditos: Companhia de Jesus.


  • Junho,15-Sebastião José de Carvalho e Melo é agraciado com o título de Conde de Oeiras
O título de Conde de Oeiras foi instituído por decreto do rei José I de Portugal de 15 de Julho de 1759, em benefício de Sebastião José de Carvalho e Melo, diplomata e primeiro-ministro de Portugal, em recompensa pela sua actuação no processo de reconstrução de Lisboa após o Terramoto de 1755.

Naturalmente que esta título vem na sequência da sua ascensão política já que Janeiro havia recebido, a serventia de mordomo-mor da Casa real antes exercido pelo Duque de Aveiro.

1 comentário:

Anónimo disse...
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